domingo, 29 de setembro de 2019

Totem


Um totem tlingit no Alasca
Um totem ou tóteme é qualquer objetoanimal ou planta que seja cultuado como um símbolo ou ancestral de uma coletividade. A religião derivada do culto do totem é denominada totemismo. É em relação ao totem que as coisas são classificadas em sagradas ou profanas dentro da coletividade.[1] Henry Schoolcraft, ao analisar os totens tribais da América do Norte, disse: "o totem é, na verdade, um desenho que corresponde aos emblemas heráldicos das nações civilizadas e que cada pessoa é autorizada a portar como prova da identidade da família à qual pertence. É o que demonstra a etimologia verdadeira da palavra, derivada de 'dodaim', que significa aldeia ou residência de um grupo familiar".

Características[editar | editar código-fonte]

"Totem" é uma palavra dos índios algonquinos.[1] Designa, simplesmente, o "Brasão" ou as "Armas" de uma família. O "Brasão" era pintado ou cravado na maioria dos objetos usados pelo proprietário.
As famílias dos índios americanos mandavam esculpir os seus Totens, quando podiam. Geralmente, eram altos pilares ou postes de cedro admiravelmente trabalhados. O "Brasão" ficava no alto do poste e, em geral, era um animal selvagem, ave ou peixe.
Os índios tinham-no como talismã e acreditavam que velava por eles e os protegia.

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Oxóssi

Oxóssi tem origem na mitologia africana, era antepassado africano respeitadíssimo, filho de Yemanjá, irmão de Omulu-Obaluaiê e rei da cidade de Oyó, localizada na África sudanesa - de onde provêm os povos nagô (ketu, Ijexá e Oyó) e Mina-jeje. 

Também é considerado o caçador por excelência. É o Orixá da caça e da fartura. É representado como um arco e flecha. No período da Escravidão, muitos negros que cultuavam Oxóssi não resistirão aos maus tratos, ao cativeiro e ao trafico de escravos, porém seu culto continuou no Brasil  e Oxóssi tornou-se num dos orixás mais populares, tanto no candomblé, onde se tornou o rei da nação Ketu, quanto na Umbanda, onde é patrono da linha dos caboclos, linha importantíssima na Umbanda. 

Ele mora na floresta, sendo simbolizado pela cor verde na umbanda, e recebendo a cor azul clara ou o Prata no candomblé. Sendo assim, roupas, guias e contas costumam ser confeccionadas nessas cores, incluindo, entre as guias e contas, no caso de Oxóssi e, também, seus caboclos, elementos que recordem a floresta, tais como penas e sementes. 

Seus instrumentos de culto são o ofá (arco e flecha), lanças, facas e demais objetos de caça. É um caçador tão habilidoso que costuma ser homenageado como "o caçador de uma flecha só", pois atinge o seu alvo no primeiro e único disparo, devido sua precisão. Conta a lenda que um pássaro maligno ameaçava a sua aldeia e Oxossi era caçador, como outros. Ele só tinha uma flecha para matar o pássaro e não podia errar. Todos os outros já haviam errado o alvo. Ele não errou, e salvou a aldeia. 

Come tudo quanto é caça e o dia consagrado á ele é quinta-feira. Oxóssi representa na Umbanda a expansão dos limites, de sair do campo de conforto e explorar novos ares e idéias, a caça é uma metáfora para o conhecimento, o que levamos da vida. Ao atingir o conhecimento, Oxóssi acerta o seu alvo. 

Por este motivo, é um dos Orixás ligados ao campo do ensino, da cultura, da arte. Nas antigas tribos africanas, cabia ao caçador, que era quem penetrava o mundo afora, a mata, para trazer tanto a caça quanto as folhas medicinais. Além, eram os caçadores que localizavam os locais para onde a tribo poderia futuramente mudar-se, ou fazer uma roça. Assim, o orixá da caça é o responsável pela transmissão de belas descobertas. Oxóssi descobre o novo local, mas são os outros membros da tribo que instalam a tribo no mesmo novo local ou seja, cabe a  Ogum a transformação deste conhecimento em técnica. 

Oxóssi representa a busca pelo conhecimento puro e sem maldade: a ciência, a filosofia. Pode-se pedir auxílio a Oxóssi por qualquer questão importante em qualquer setor da vida, mas os fiéis conhecedores do Orixá costumam orar para solucionar problemas no trabalho e desemprego. Já que, a busca pelo pão de cada dia, significa a alimentação da tribo, responsabilidade dos caçadores. 

Por suas ligações com a floresta, pede-se a cura para determinadas doenças. Oxóssi representa uma das sete forças primordiais de Deus, pertencendo ao pólo positivo das energias espirituais, expandindo, irradiando e revigorando os homens , como uma árvore que troca sua folhagem. Oxóssi possui perfil guerreiro, e envia proteção espiritual e material aos seus filhos. 

Oxóssi na Umbanda é considerado patrono da linha dos caboclos, atuando para o bem-estar físico e espiritual dos seres humanos. Por ser um orixá caçador, logo os negros o associaram a São Jorge, já que este é representado de armadura matando um dragão. Mas é como São Sebastião que Oxóssi é sincretizado. Oxóssi é homenageado em 20 de janeiro. 



CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OXÓSSI 


As pessoas consideradas filhas de Oxóssi são alegres, carismáticas, são mais produtivas a noite, como os caçadores. Podem passar horas conversando, são estrategistas e de raciocínio muito rápido. Sabem lutar e alcançar o que almejam, são muito sonhadores mas são pessoas de atitude e concentradas por isso acertam o alvo. Sabem se controlar, mas, quando se zangam, ferem as pessoas com palavras, também certeiras como flechadas. 
Quando amam, não traem, não toleram traição. 
Seu filho pisa macio, cautelosamente, tem o tipo calmo. Possuem gosto refinado, veste-se bem e são muito ligados à Natureza gostam de matas e de animais. O verde, as águas, os bichos, as estrelas, o sol e a lua, são a bússola de sua vida. Não discute a fé. 
Acredita e é fiel seguidor da religião que escolheu. 
Seus filhos têm um lado, amoroso, encantador, preocupado com todos os problemas. Um pelo seu gênio alegre, muito embora com forte tendência à solidão. Incapaz de negar ajuda a alguém, são grandes conselheiros e rápidos para resolver um problema. 
Com respeito à vida familiar, são muito apegados e atenciosos. Diante as dificuldades param um pouco para refletir e até se isolar. A pessoa é carente e também fica lado a lado ajudando alguém. 
Ama a Liberdade acima de tudo. Quando atacado custa revidar. Mais é melhor ninguém estar por perto quando isso acontece, devido á ser muito perigoso se zangado e só vai parar quando "derrubar o pássaro maligno". É, neste particular, ladino como os índios.

Os filhos de Oxóssi são pessoas de aparência calma, que podem manter a mesma expressão quando alegres ou aborrecidas, do tipo que não exterioriza as suas emoções, mas não são, de forma alguma, pessoas insensíveis, só preferem guardar os sentimentos para si.
São pessoas que podem parecer arrogantes e prepotentes, e às vezes são. Na realidade, os filhos de Oxóssi são desconfiados, cautelosos, inteligentes e atentos, seleccionam muito bem as amizades, pois possuem grande dificuldade em confiar nas pessoas. Apesar de não confiarem, são pessoas altamente confiáveis, das quais não se teme deslealdade; são incapazes de trair até um inimigo. Magoam-se com pequenas coisas e quando terminam uma amizade é para sempre.
São do tipo que ouve conselhos com atenção, respeita a opinião de todos, mas sempre faz o que quer. Com estratégia, acabam por fazer prevalecer a sua opinião e agradando a todos.
Altos e magros, os filhos de Oxóssi possuem facilidade para se mover, mesmo entre obstáculos. O seu andar possui leveza e elegância. A sua presença é sempre notada, mesmo que não façam nada para isso acontecer.
Os filhos de Oxóssi gostam de solidão, isolam-se, ficam à espreita, observam atentamente tudo que se passa à sua volta. Curiosos, percebem as coisas com rapidez, são introvertidos e discretos, vaidosos, distraídos e prestativos, comportamento típico de um caçador, provedor do seu povo.



DIA: Quinta-feira

COR: Azul-Turquesa

SÍMBOLOS: Ofá (arco), Damatá (flecha), Erukeré

ELEMNTO: Terra (florestas e campos cultiváveis)

DOMÍNIOS: Caça, Agricultura, Alimentação e Fartura

SAUDAÇÃO: Òké Aro!!! Arolé!




Oxóssi (Òsóòsi) é o deus caçador, senhor da floresta e de todos os seres que nela habitam, orixá da fartura e da riqueza. Atualmente, o culto a Oxóssi está praticamente esquecido em África, mas é bastante difundido no Brasil, em cuba e em outras partes da América onde a cultura iorubá prevaleceu. Isso deve-se ao facto de a cidade de Kêtu, da qual era rei, ter sido destruída quase por completo em meados do século XVIII, e os seus habitantes, muitos consagrados a Oxossi, terem sido vendidos como escravos no Brasil e nas Antilhas. Esse facto possibilitou o renascimento de Kêtu, não como estado, mas como importante nação religiosa do Candomblé.

Oxóssi é o rei de Kêtu, segundo dizem, a origem da dinastia. A Oxóssi são conferidos os títulos de Alakétu, Rei, Senhor de Kêtu, e Oníìlé, o dono da Terra, pois em África cabia ao caçador descobrir o local ideal para instalar uma aldeia, tornando-se assim o primeiro ocupante do lugar, com autoridade sobre os futuros habitantes. É chamado de Olúaiyé ou Oni Aráaiyé, senhor da humanidade, que garante a fartura para os seus descendentes.

Na história da humanidade, Oxóssi cumpre um papel civilizador importante, pois na condição de caçador representa as formas mais arcaicas de sobrevivência humana, a própria busca incessante do homem por mecanismos que lhe possibilitem se sobressair no espaço da natureza e impor a sua marca no mundo desconhecido.

A colheita e a caça são formas primitivas de busca de alimento, são os domínios de Oxóssi, orixá que representa aquilo que há de mais antigo na existência humana: a luta pela sobrevivência. Oxóssi é o orixá da fartura e da alimentação, aquele que aprende a dominar os perigos da mata e vai em busca da caça para alimentar a tribo. Mais do que isso, Oxóssi representa o domínio da cultura (entendendo a flecha como utensílio cultural, visto que adquire significados sociais, mágicos, religiosos) sobre a natureza.

Astúcia, inteligência e cautela são os atributos de Oxóssi, pois, como revela a sua história, esse caçador possui uma única flecha, por tanto, não pode errar a presa, e jamais erra. Oxóssi é o melhor naquilo que faz, está permanentemente em busca da perfeição.

Outras histórias relacionadas com Oxóssi apontam-no como irmão de Ogum. Juntos, eles dominaram a floresta e levaram o homem à evolução. Além de irmão, Oxóssi é grande amigo de Ogum – dizem até que seria seu filho, e onde está Ogum deve estar Oxóssi, as suas forças completam-se e, unidas, são ainda mais imbatíveis.

Oxóssi mantém estreita ligação com Ossaim (Òsanyìn), com quem aprendeu o segredo das folhas e os mistérios da floresta, tornou-se um grande feiticeiro e senhor de todas as folhas, mas teve que se sujeitar aos encantamentos de Ossaim.

A história mostra Oxóssi como filho de Iemanjá, mas a sua verdadeira mãe, segundo o mais antigos, é Apaoká a jaqueira, que vem a ser uma das Iyámi, por isso a intimidade de Oxóssi com essa árvore.

A rebeldia de Oxóssi é algo latente na sua história. Foi desobedecendo às interdições que Oxóssi se tornou Orixá.

Tal como Xangô, Oxóssi é um orixá avesso à morte, porque é expressão da vida. A Oxóssi não importa o quanto se viva, desde que se viva intensamente. O frio de Ikú (a morte) não passa perto de Oxóssi, pois ele não acredita na morte.


QUALIDADES




ÍBUÀLÁMÒ -  YBUALAMO ou IBOALAMU - IBÔ  – É velho e caçador. Nasce nas águas mais profundas do rio Irinlé. Sua vestimenta é branco com bandas ou azul celeste, saiote e capacete de palha da costa. Tem ligação com Omolu Azoani e Oxum. Seu assentamento se difere de todos.  Conta um mito que Ybualamo é o verdadeiro pai de Logun Edé. Apaixonado por Oxum e vendo-a no fundo do rio, ele atirou-se nas águas mais profundas em busca do seu amor.


ÍNLÈ -  INLE   –  É novo e caçador, tem seu culto as margens do rio Irinlé, conhecido com caçador de Elefantes, o marfim é a sua conta, tem ligação com Oxum, Oxaguiã e Yemanjá. É o filho querido de Oxoguian e Yemonja. Veste-se de branco em homenagem a seu pai. Usa chapéu com plumas brancas e azuis claro. É tão amado que Oxoguian usa em suas contas um azul claro de seu filho. Come com seu pai e sua mãe (todos os bichos) e tem fundamento com Ogunjá.


DANA DANA – Tem fundamento com Exu e Ossaim, Oxumarê e Oyá. É ele o Orixá que entra na mata da morte e sai sem temer Egum e a própria morte. Veste azul claro, muito impetuoso e foge à toa.

AKUERAN – Tem fundamento com Ogum e Ossaim e Oxumarê. Muitas de suas comidas são oferecidas cruas. Ele é o dono da fartura. Ele mora nas profundezas das matas. Veste-se de azul claro e tiras vermelhas. Suas contas são verde claro ou azul claro, dependendo da Nação. Seus bichos são: pavão, papagaio e arara, tiram-se as penas e se solta o bicho.

OTIN - OTYN –  Guerreiro e muito agressivo, vive intocado na mata, ligado a seu irmão Ogum, vive na companhia dele caçando e lutando. É muito manhoso e não tem caráter fácil. Muito valente, está sempre pronto a sacar sua arma quando provocado. Não leva desaforos e castiga seus filhos quando desobedecido.  Usa azul claro e o vermelho,  leva capangas, roupas de couro de leopardo e bode. Tem que se dar comida a Ogum.

KÒIFÉ - KOIFÉ - Não se faz no Brasil e na África, pois, muitos de seus fundamentos estão extintos. Seus eleitos ficam um ano recolhidos, tomando todos os dias o banho das folhas. Veste vermelho, leva na mão uma espada e uma lança. Come com Ossain e vive muito escondido dentro das matas, sozinho. Suas contas são azuis claras, usa capangas e braceletes. Usa um capacete que lhe cobre todo o rosto. Assenta-se Koifé e faz-se Ybô, Ynlé ou Oxum Karé; trinta dias após, faz-se toda a matança.


AROLÉ - Propicia a caça abundante. É invocado no PadÊ. É um dos mais belos tipos de Oxóssi. Um verdadeiro rei de Ketu. As pessoas dele são muito antipáticas. Jovem e romântico, gosta de namorar, vive mirando-se nas águas, apreciando sua beleza. Come com Ogum e Oxum. Veste azul claro, aprecia a carne de veado e é ágil na arte de caçar.



KÀRÉ - KARE –  é ligado as águas e a Oxum e Logun Edé, porém não se dão bem, pois    eles exercem as mesmas forças e funções.. Usa azul e um Banté dourado. Gosta de pentear-se, de perfume e de acarajé. Bom caçador mora sempre perto das fontes.

ÍNSÈÈWÉ ou Oni Sèwè – É o senhor da floresta, ligado as folhas e a Ossain, com quem vive nas matas. Veste azul claro, e banda de palha da costa, usa capacete quase tapando o seu rosto.

ÍNKÚLÈ ou Oni Kulé- Odé das montanhas, de culto no platô das serras, muito ligado a Oxaguiã e Jagun, veste verde claro, turquesa.




ÌNFAMÍ ou Infaín Odé funfun, ligado a Oxaguiã e Oxalufã, só usa branco e come abadô



AJÉNÌPAPÒ- Odé ligado as Iyamis Osorongá, aquele que pode se aproximar e também a Oyá, o dono do Irukere.



Odé Orélúéré- Ligado aos Igbôs, odé de culto antigo.



OTOKÁN SÓSÓ – Embora muitas vezes seja citado como uma qualidade, não é qualidade, é um Oríkì que significa o caçador que só tem uma flecha . Ele não precisa de mais nenhuma flecha porque jamais erra o alvo.
Título que Oxóssi recebeu ao matar o pássaro de Ìyámi Eléye. Não fazendo parte do rol dos caçadores que possuíam várias flechas, Oxóssi era aquele que só tinha uma flecha.
Os demais erraram o alvo tantas vezes quantas flechas possuíam, mas, Oxóssi com apenas uma flecha foi o único que acertou o pássaro de Ìyámi, ferindo-o com um tiro certeiro no peito.
Por essa razão é que ele não recebe mel, pois o mel é um dos elementos fabricado pelas abelhas, que são tidas como animais pertencentes a Oxum, mas, também às Ìyámi Eléye.
Então, é èèwò (proibição) para Oxóssi. Por essa razão também, é que se dá para Oxóssi o peito inteiro das aves, como reminiscência desse ìtàn.



MUTALAMBO - Tem fundamento com Exu.



GONGOBILA - É um Oxóssi jovem. Tem fundamento com Oxalá e Oxum.



WAWA - Vem da origem dos Òrixás caçadores. Veste-se de azul e branco, usa arco e flecha e os chifres do touro selvagem. Come com Oxalá e Xangô, pois, dizem que ele fez sua morada debaixo da gameleira. Está extinto, assenta-se ele e faz-se Airá ou Oxum Karé.



WALÈ - É velho e usa contas azuis escuro. É considerado como rei na África, pois, seu culto é ligado, diretamente, a pantera. É muito severo, austero, solteirão e não gosta das mulheres, pois, as acha chatas, falam demais, são vaidosas e fracas. Come com Exu e Ogun.



OSEEWE ou YGBO - É o senhor da floresta, ligado as folhas e a Ossain, com quem vive nas matas. Veste azul claro e usa capacete quase tapando o seu rosto.



OFÀ - Não é qualidade, significa, “o arco e a flecha do caçador, sendo de Oxóssi o seu principal apetrecho”.



TÁFÀ-TÁFÀ - O caçador arqueiro, aquele que exímio atirador de flechas, é predicado que se diz de Oxossi.
ERINLÉ - É também um outro Oxóssi, que, a exemplo de Inlè, cujo culto também caiu no obscurantismo, acabando por tornar-se “qualidade de Oxóssi”.



ODÉ TOKUERÁN - O caçador é quem mata a caça, diz-se da actuação do caçador.


Poderemos encontrar ainda: Odé Etetú; Odé Edjá, Odé Isanbò, Odé Ominòn, Odé Oberun’Já.

Inlè-Ibualama ou Erinlè - Em Ijesá, onde passa o rio Erinlè, há um deus da caça com o mesmo nome. Segundo Verger, seu templo principal é em Ilobu, onde dois cultos teriam se misturado: o culto do rio e o do caçador de elefantes, que por diversas ocasiões, viera ajudar os habitantes de Ilobu a combater seus adversários. O culto a Erinlè realiza-se às margens de diversos lugares profundos (Ibu) do rio.

Cada um desses lugares recebe um nome, mas é sempre Erinlè que é adorado sob todos esses nomes. Um desses lugares profundos de Erinlè é chamado de Ibùalamo (Ibualama) nome pelo qual também é cultuado na Bahia, que durante sua dança traz nas mãos o símbolo de Oxóssi, o arco e a flecha de ferro, e uma espécie de chicote (bilala), com o qual ele se fustiga a si mesmo.

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Oxóssi mata a grande Dan (Lenda)

Conta a lenda que certo dia, Oxóssi chegou em sua aldeia quase arriado pelo peso da capanga, das cabaças vazias, pelo cansaço de rastrear a caça rara. 

Oxum sua mulher e mãe de seu filho olhou para ele e pensou “só caçou desgraça, pois a desgraça para Oxóssi foi prevista por Ifá que alertou Oxum”, porém quando ela contou a Oxóssi sobre essa previsão, ele disse que a desgraça era a fome. 

A mulher sem leite, a criança sem carinho e que desgraça maior era o medo do homem. Quando Oxóssi se aproximou de Oxum ela notou que ele trazia algo na capanga. Sentiu medo e alegria. Havia caça na capanga do marido e aí imaginou se seria um bicho de pêlo, se seria um bicho de pena. Ansiosa perguntou a ele que respondeu: “-Trago a carne que rasteja na terra, trago a carne que rasteja na terra e na água, no mato, e no rio, o bicho que se enrosca em si mesmo”. Falando isso retirou da capanga, os pedaços de uma grande cobra. 

O bicho revira a cabeça. Revirava a cabeça e os olhos, agitava a língua partida e cantava: 

- “Não sou bicho de pena para Oxóssi matar”. 

A cobra pretendia dizer com certeza que pertencia a Xangô e Oxóssi não poderia tê-la matado. 

Oxum fugiu temendo a vingança de Xangô e foi consultar Ifá que disse: 

 - “A justiça será feita, assim o corpo de Oxóssi irá desaparecer, apagando-se da memória da grande cobra. O ouê desaparecerá da vingança de Xangô e fazia parte da punição que Oxóssi saísse da memória do povo de Ketú”. 

E ele ficou por sete anos esquecido. 

No dia do Oruncó, o nome do Orixá de cada um, o povo de Ketú começou a chorar por não lembrar o nome de seu rei. Abaixaram-se os olhos e tentaram compreender porque nunca se lembravam dele. Então Ifá ensinou-lhes um Orô, reza que se faz para o sacrifício dos animais. Após o Orô o povo começou a se lembrar de Oxóssi. 

Ifá disse que esse era o Orô de Oxóssi, o Orixá caçador. Orixá da caça. Corajoso rei de Ketú, rei da caça que nada temia e preservava a vida dos seus filhos e dos filhos dos filhos de seus filhos. Em síntese, desconsiderar as previsões de Ifá e matar a serpente sagrada, com certeza Odé morreu, mas graças a piedade de Ifá que ouviu o lamento de Oxum e de seu povo, encantou-se, renasceu na figura de Oxóssi, o guerreiro caçador, senhor das matas, destemido rei de Alaketú.

Caboclo Sete Flechas.

Em uma entrevista feita pela médium Lúcia Batista em dezembro de 2015 ao Caboclo Sete Flechas, ele iniciou falando sobre suas últimas encarnações dizendo que naquele dia se apresentava com a vestimenta que mais usa na espiritualidade e que é ligada à última encarnação que teve no Rio de Janeiro na qual foi um professor de Matemática e de Filosofia.

O período desta encarnação foi de 67 anos. Seu desencarne se deu em 1918, porém dá preferência à aparência de 30 anos de idade e é com esta aparência que transita no mundo espiritual.

Disse também que antes desta, teve encarnações no século I na Grécia como Sacerdote. Suas encarnações no velho mundo (Europa) se intercalaram entre a Espanha, a Grécia e a Itália. Teve formação militar no Exercito Romano, atividades sacerdotais na Grécia e como Artesão (como sapateiro) em Sevilha (Espanha). Sempre com interesse no estudo, na educação e na filosofia.

Também  falou sobre a povoação de nosso país. Disse que migrações espirituais trouxeram espíritos para o novo mundo (as Américas), visando trazer progresso tanto no plano espiritual onde se multiplicavam espíritos nativos apegados a costumes bárbaros, visando com que a reencarnação de espíritos com maiores experiências civilizatórias, auxiliasse a alavancar o progresso, sem no entanto perder as raízes.

Com isto teve experiências encarnatórias em tribos brasileiras. Contou que em uma encarnação de Índio Tupiniquim, aos 19 anos de idade, uma missão de Jesuítas entrou em contato com a sua tribo. Entre estes Jesuítas encontrava-se o padre que hoje é o Caboclo Sete Montanhas. Foi por ele catequizado porque foi atraído, através das lembranças reencarnatórias de quando era sacerdote, pelo ritual que desempenhavam, pelo estudo que desenvolviam, pelo ensino. Tudo aquilo despertou no jovem Índio experiências adormecidas pelo passar dos anos e das reencarnações. Por isso, desenvolveu atividades de auxiliar os padres em seus afazeres sacerdotais e com isso foi reaprendendo e “relembrando” tudo que estava adormecido, auxiliando também na domesticação de outros Índios. 

Este trabalho se deu até a idade de 32 anos quando enfermidades do homem branco abalaram a saúde e desencarnou. A partir daí teve outras encarnações em famílias portuguesas que para aqui vieram, sempre se envolvendo com o estudo, com ensino e religiosidade.


A partir deste momento começou a falar sobre a necessidade do médium conhecer a entidade com a qual trabalha, disse ser importante manter-se o foco, não apenas no trabalho que se realiza, mas principalmente na mensagem e no resultado de todo esforço laborativo (do trabalho) de cada Entidade que conosco dialoga e retém laços de relacionamento. A este respeito fez observações dizendo: “Muitas vezes a curiosidade vos tira o foco do que é mais necessário. Desprendam-se dos excessivos detalhes de erros cometidos, das dores sofridas, de datas específicas e milimetricamente contadas.” Disse que é importante sabermos situarmos em que época tal história teve desenvolvimento, mas muito mais importante é valorizar a mensagem positiva e o aprendizado que se tem de cada contato com o mundo espiritual.



Disse ainda que muitos esperam que o mundo espiritual seja uma melhora do mundo material, muitos esperam que o mundo espiritual seja algo revelador e completamente diferente de tudo que se imagina ser. Esclareceu que o mundo espiritual percebido é montado e é criado de acordo com a expectativa que se tem dele. “A mente do homem é prodigiosa, é poderosa, se o homem crê que no mundo espiritual existem hospitais, hospitais ele encontrará. Se o homem crê que o mundo espiritual é pleno de nuvens e de brisa leve, nuvens e brisa leve é o que o homem encontrará. Nada foge à magnitude e ao poder da criação da mente humana.” Disse que é importante desfocarmos das diferenças individuais e forcarmos no real aprendizado que cada criatura tem a passar e a oferecer.


Prosseguiu dizendo que o encontro de almas se dá pela sintonia vibratória acumulada ao longo das várias existências, das crenças, dos valores que se cria, do amadurecimento que se tenha. Tudo isso cria um campo magnético fazendo com que campos magnéticos semelhantes se atraiam e se unam e é assim que encontramos amigos, encontramos amores, e foi assim que, mesmo na roupagem de um jovem índio, encontrou o comandante espiritual daquela casa.


O jovem índio com atividades guerreiras tinha experiências reencarnatórias que foram despertadas ao ter encontrado alguém do mesmo velho mundo de onde procedera, e teve a oportunidade da evangelização e de aliar ao conhecimento espiritual da época, o conhecimento e o amor à natureza do índio nativo, de uma terra pujante (que tem grande força) de energia, de magnetismo e de se ter permitido desenvolver sentimentos e atividades caridosas.


Concluiu dizendo que o compromisso que se assume de ser um guia ou não ser um guia, é criado diariamente, é criado de acordo com a responsabilidade que se assume, pelo amor que se tem ao próximo, e pela responsabilidade que se tem pelo próximo. Para ser um guia é preciso aprender a falar a linguagem de cada um que de nós se aproxima. É como o magistério; é um sacerdócio. É extrair de cada criatura aquilo que ela imagina não ter, mas que sabemos que lá está. É confiar, é acreditar no ser humano, “eis a missão de cada guia e não apenas deste que vos fala. É isso que move seja um Comandante, seja um trabalhador auxiliar da Seara do Bem”.

Perguntamos se existe uma comunicação da parte do Caboclo Sete Flechas com a entidade do médium para saber se o mesmo já estaria pronto para riscar o ponto. Ao que ele respondeu que o Guia Mentor de cada médium comunica à direção da casa como está o seu trabalho com o seu aparelho. Tudo isso ocorre no mundo espiritual. Ressaltou que a simples intuição de um ponto não significa que o médium está pronto para o trabalho, porque há médiuns que têm intuição do ponto, mas só vão dar prosseguimento ao seu trabalho de consulta, anos ou meses depois. Isso porque não é só a intuição do ponto, como foi dito, é a composição áurica, seu campo psíquico, é que dão as indicações de que existe uma sintonia ainda maior com o seu mentor. Não é só a intuição de ponto, mas é a aproximação de auras de mentor e médium que necessita ser pelo mundo espiritual, pela sua forma, pela sua postura intensa, coesa, simples para que possam então identificar uma possibilidade de trabalho, mais frutífero adiante. Por isso que muitos médiuns não têm intuição de ponto, mas existe, espiritualmente, uma forte sintonia e na hora de riscar o ponto, esta intuição vem porque não é somente a intuição que é importante, o que é importante é a intimidade que se desenvolve entre Médium e Guia.


Na medida em que o médium acredita, confia na casa que tem, na direção que tem e também em si e em seu Guia, estas portas se abrem. Elas se abrem na medida em que os filhos se permitem que elas abram. Quando há uma convocação e o médium entende que ele está ali para isso, esta sintonia se faz e esta percepção ocorre. Então a simples percepção de um ponto durante um sonho, durante um êxtase, isto por si só não indica que já se está pronto, o que indica se está pronto é a maior inteiração fluídica que se percebe no mundo espiritual entre o médium e seu guia.


E assim encerramos o estudo de hoje, com a certeza de que a Espiritualidade maior trabalha com afinco, com dedicação e carinho para que possamos ajudá-los a nos ajudar e assim juntos ajudarmos ao próximo.


Perguntado se Exús e Pombos Giras seriam igualmente auxiliares nos trabalhos de uma casa ele respondeu que sim e acrescentou: “O grande orquestrador de tudo que acontece, que diz que sim e que diz não, o responsável, neste momento, pela direção da casa é o Caboclo ou Preto Velho regente. Todos os demais são auxiliares deste amigo espiritual.”


Conclusão:


As últimas encarnações são as mais importantes no sentido de que por serem as mais recentes são de fácil acesso no arquivo de memórias do espírito. Necessariamente não são as que definem o que o espírito é no presente. Como disse antes, a formação do espírito e feita através de várias experiências encarnatórias.


Lembrando que mais que palavras bonitas, são palavras de ordem, que devem ser colocadas em pratica. “Orai e vigiai”!!!! Disciplina, sempre!!!…





Outra História do Caboclo Sete Flechas



Caboclo Sete Flechas era um índio Oriundo da Tribo Dos Patachós, que se localizava na Mata Escura na época (entre os anos 200 e 300), onde hoje é o Estado da Bahia, é um Caboclo que vem na Irradiação de Oxóssi, podendo ser cruzado para vir na enviação de todos os Orixás.  

O Caboclo Sete Flechas recebeu as suas Flechas de 7 Orixás, a mando do Pai Oxalá, conforme segue:

* Oxóssi colocou uma Flecha no seu Braço direito, flecha da saúde para que derrame sobre nós os bálsamos curadores.

* Ogum colocou uma flecha no seu braço esquerdo, flecha da defesa para que sejamos defendidos de todas as maldades materiais e espirituais.

* Xangô cruzou uma flecha em seu peito, para nos defender das injustiças da humanidade.

* Iansã Cruzou uma flecha em suas costas, para nos defender de todas as traições de nossos inimigos.

* Iemanjá colocou uma flecha sobre sua perna direita, para abrir os nossos caminhos materiais e na senda da espiritualidade.

* Oxum colocou uma flecha sobre sua perna esquerda, para lavar os nossos caminhos, iluminar os nossos espíritos e nos defender de todas as forças contrárias à vontade de Deus.

* Omulu/ Obaluaiê entregou em suas sagradas mãos a flecha da força astral superior, para distribuir a humanidade a Divina força da fé e da verdade.

O Caboclo Sete Flechas tem um conhecimento profundo das ervas e das folhas de nossa flora e da flora de outros países, trabalha na cura, exímio vencedor de grandes demandas espirituais e como alguns costumam dizer ele é um Caboclo Mandingueiro, ou seja, quebrador de mandingas destinadas a seus filhos e a seus protegidos, manipulador das energias do Astral e não fica "preso" a nenhuma vibração, ele trabalha dentro de todas as vibrações com os Falangeiros que ele comanda.

Oração ao Caboclo Sete Flechas Cura e Proteção


Salve Deus Pai , criador de todo o universo!
Salve São Sebastião, Rei da Mata e Guia de todos os Caboclos!
Salve, Pai Sete-Flechas e sua falange de obreiros!
Pai Sete-Flechas, baixai sobre nós um raio de vossa Divina Luz, iluminando os nossos espíritos, para que possamos entrar em comunicação com vossa centelha divina de onde emanam as vossas sagradas Flechas, defendendo-nos e amparando-nos neste mundo.
Salve as Sete-Flechas que vos foram dadas espiritualmente para defender e proteger de todas as dificuldades e angústias neste mundo.
Bendito seja o sagrado nome de São Sebastião, de Oxóssi que vos botou sobre o vosso braço direito a Flecha da Saúde para que derrame sobre nós os bálsamos curadores.
Bendito seja o sagrado nome de São Jorge e de Ogum, que vos colocou sobre o braço esquerdo a Flecha da Defesa a fim de que sejam defendidos de todas as maldades materiais e espirituais.
Bendito seja o sagrado nome de São Jerônimo e de Xangô que vos cruzou uma Flecha em vosso peito para nos defender das injustiças da humanidade.
Bendita seja a mãe e nome da Senhora da Conceição que vos cruzou uma flecha em vossas costas, para nos defender de todas as traições de nossos inimigos.
Bendito seja o nome do Senhor do Bonfim, nosso Pai Oxalá, que vos botou uma Flecha sobre vossa perna direita, para abrir os nossos caminhos, materiais e na senda da espiritualidade.
Bendito seja o divino nome de Nossa Senhora dos Navegantes e de nossa mãe Iemanjá que vos botou uma Flecha sobre vossa perna esquerda, para lavar os nossos caminhos, iluminar nossos espíritos e nos defender de todas as forças contrárias a vontade de Deus.
Bendito seja o sagrado nome de São João Batista, e o nome de Xangô, que entregou em vossas sagradas mãos a Flecha da Força Astral Superior, para distribuir à humanidade a divina força da fé e da verdade.

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Imbanda


Imbanda, significa curandeiro em kimbundo, sendo muitas vezes referidos pelo seu plural, kimbanda ou otyimbanda que significa curandeiros.
Sem terem apoio da ciência moderna, ou da medicina ocidental, os kimbanda, prestam um serviço à comunidade, sendo capazes de diagnosticar, prevenir, tratar e curar as doenças próprias da época, hereditárias ou não.
Com os seus conhecimentos e experiência em terapêuticas obtidas a partir dos seus conhecimentos da natureza e dos recursos naturais agrícolas, florestais, hídricos, e minerais, os kimbanda, asseguraram no passado, a saúde pública em Angola.
Presentemente, apesar de continuarem com as suas praticas de medicina tradicional, são mais procurados pelas suas capacidades como xamâ.
Os portugueses translinearam a palavra kimbanda para quimbanda, sendo este termo mais conhecido no estrangeiro, no entanto o mesmo é confundido, com o culto brasileiro do mesmo nome.

Moñai

Moñai é o terceiro filho de Tau e Kerena e um dos sete monstros lendários, da mitologia guarani.
Moñai possui dois chifres retos que funcionam como antena.
Seus domínios são os campos abertos. Ele pode escalar árvores com facilidade e deslizar para baixo para caçar os pássaros a quem ele se alimenta e domina com o poder hipnótico de suas antenas. Devido a isso ele é chamado o senhor do ar.
Moñai gosta de roubar e esconder o produto de seus crimes em uma caverna. Suas incursões contínuas roubando e nas aldeias provocou grande discórdia entre o povo como todos eles acusam-se mutuamente para a roubos e misterioso "desaparecimento" dos seus pertences.
Os habitantes da cidade se juntaram para pôr fim às ações Moñai e de seus irmãos. A bela Porâsý ofereceu-se para realizar esta missão. Ela convenceu Moñai que estava apaixonada por ele, e que antes de se celebrar o casamento ela queria conhecer os irmãos dele.
Moñai a deixou sob os cuidados de Teju Jagua e saiu para buscar o resto de seus irmãos: Mboi Tu'iJaci JaterêKurupiLuison e Ao Ao. Quando ele finalmente trouxe todos eles, começaram os rituais de casamento. Os irmãos estavam completamente embriagados. Foi nesse momento que Porâsý tentou fugir da caverna, que era fechada por uma pedra enorme.
Moñai a impediu de sair e a jogou de volta para a caverna. Porâsý gritou para alarmar as pessoas que estavam esperando lá fora. Sabendo que não conseguiria sair, ela ordenou que as pessoas queimassem a caverna, mesmo com ela dentro.
Em troca do sacrifício de Porâsý, os deuses elevaram sua alma e a transformaram em um pequeno, mas intenso, ponto de luz: a Estrela d'Alva. Desde então, os deuses destinaram o espírito de Porâsý a acender a luz da aurora

Pai do mato

istória[editar | editar código-fonte]

É um bicho enorme, mais alto que todas as arvores da mata, com cabelos enormes, unhas de dez metros e orelhas de cavaco. O seu urro estronda por toda a mata. À noite, quem passa ouve também a sua risada. Engole gente. Bala e faca não o matam, é trabalho perdido. Só se acertar numa roda que ele tem em volta do umbigo.
Em alguns Reisados, aparece uma personagem representando o entremeio do Pai-do-Mato, sob a forma de um sujeito feio, de cabelos grandes. São comuns as expressões entre as mães de família, referindo-se aos filhos que estão com cabelos grandes, sem cortar: "Está que é um Pai-do-Mato", "você quer virar um Pai-do-Mato?", No Reisado, canta-se no entremeio do Pai-do-Mato:
  • Ó que bicho feio
  • Só é Pai-do-Mato!...
Com denominação idêntica e materialização, vive o Pai-do-Mato em Pernambuco. Compare-se o Pai-do-Mato com o Ganhambora, o Mapinguari, o Bicho Homem, espécimes do ciclo dos monstros (Geografia dos Mitos Brasileiros). "Sem que jamais tivesse sido visto, conta a lenda queijeira da zona de Anicuns que o Pai-do-Mato é um animal de pés de cabrito, à semelhança do deus  da mitologia, tendo como este o corpo todo piloso.
As mãos assemelham-se às dos quadrúmenos. Diferencia-se destes, entretanto, por andar como ente humano, com o qual se assemelha na fisionomia. Traz no queixo uma barbinha e a sua cor é escuro-fusca, confundindo-se com a do pelo do suíno preto enlameado. Dizem que anda sempre nos bandos de queixadas, cavalgando o maior, e conservando-se sempre à retaguarda.
Raramente anda só e raramente aparece ao homem. Quando alguém lhe atravessa na estrada, não retrocede, e, com indômita coragem, procura dar cabo do obstáculo que se lhe antepõe. A sua urina é azul como anil." (Derval de Castro, Páginas do Meu Sertão, São Paulo, 1930).

Yaguareté-abá


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Yaguareté-abá ou Capiango é uma criatura da mitologia guarani. A origem do nome está na língua guarani onde "yaguareté" é um dos nomes pelo qual é conhecida a onça pintada; e "abá" ou "avá" significa "homem". Também chamado de Homem-Tigre ou Homem-Leopardo, trata-se de um mito comum do nordeste argentino e do Gran Chaco onde um bruxo se transforma em uma onça pintada (ou yaguareté, no original). A raiz do mito está na adoração que os indígenas tinham por estes animais.
O yaguareté-abá tem uma pequena relação com o lobisomem, já que em ambos os casos, a criatura mitológica é um ser humano que se transforma em uma besta.
A lenda conta que trata-se de bruxos que, mediante o uso de um couro de felinoincenso e penas de galinha, seriam capazes de se transformar em uma criatura metade felino e metade humano. Em uma moita começam a realizar um ritual, andando da esquerda a direita sobre o couro, rezando um credo, enquanto vão mudado de aspecto. Após a transformação, saem para caçar e, após devorada a presa, retornam a sua forma original, realizando o mesmo ritual mas, dessa vez, em sentido inverso, da direita para a esquerda.
Supostamente, as extremidades do corpo do yaguareté-abá correspondem a um ser humano, enquanto que parte de trás é larga e sem pelos. Ele é descrito como um felino de traços comum com uma dimensão maior e um caráter assassino. É dada a ele também a característica da falta de cabelo perto da testa e uma cauda muito curta ou sem cauda. Ele se alimenta de carne humana, mula ou de vaca. Era muito temido já que supostamente roubava as fazendas. Ao morrer o yaguareté-abá volta de imediato à forma humana. Para mata-lo são necessárias balas ou um facão que tenham sido abençoados; em seguida, a criatura deve ser decapitada.

Lenda da Amorosa



Ipojucam e Jandira eram índios sacurus que viviam em diferentes tribos. Ele, caçador afamado, vivia com sua comunidade na parte alta, onde os rios Carukango e Vermelho se unem. Jandira, conhecida pelas redes e cestas de palha que fazia usando a folha seca da macaúba, vivia com sua comunidade na parte baixa, onde existe até hoje um grande bambuzal. Desde jovens se conheciam, brincando entre as pedras do rio, banhando-se na cachoeira. Ela fazia para ele belos cestos de caça, ele trazia para ela os mais diferentes animais. Um dia, Ipojucam caçava para Jandira quando encontrou um estranho rastro, uma pegada humana, que ele seguiu até um imenso tronco oco. Lá dentro dormia um estranho ser, que parecia um pequeno índio, mas era muito cabeludo e tinha os pés voltados para trás. Ipojucam, curioso, acordou a criatura, que assustada montou num caititu que passava nas redondezas e sumiu mata adentro. Ipojucam seguiu a criatura até deparar-se com ela às margens de um regato.
-Quem é você ? Perguntou Ipojucam.
-Sou o Curupira, defensor da mata e dos animais. Por que você não me matou enquanto eu dormia ?
-Por que não costumo matar seres indefesos, só enfrento quem pode me enfrentar.
- Você é esperto, garoto, não gosto de caçadores, mas você não caça, você enfrenta os animais dando-lhes oportunidade. Fique com Tupã.
E o Curupira sumiu pela floresta montado em seu caititu. Os anos se passaram, Jandira e Ipojucam cresceram belos e fortes. Como era de se esperar, enamoraram-se, tornaram-se noivos, até que os pajés das duas tribos marcaram o casamento para a primeira noite de lua cheia de novembro. Na véspera do casamento, pela manhã, Ipojucam ofereceu uma bela caça a Tupã, como se pedisse as bênçãos pelas núpcias. Anhangá, o maligno deus da morte dos sacurus, que invejava a destreza e a inteligência de Ipojucam, desde que ouvira falar do jovem através do Curupira, surgiu para ele na forma de uma onça branca e o desafiou para uma luta de caça.
Com destreza, Ipojucam derrotou a onça, ferindo-a de morte no peito. Irritado, Anhangá ressuscitou o animal, levando Ipojucam a persegui-lo até a cachoeira onde Jandira colhia palha para fazer sua rede nupcial. Quando Anhangá, na forma da onça branca, avistou Jandira, resolveu atacá-la para vingar-se de Ipojucam. Quando percebeu o ataque, Jandira gritou por Ipojucam, que vinha em perseguição à onça, este imediatamente investiu sua lança contra o animal, trespassando-o mortalmente. Imediatamente, Anhangá, humilhado pela derrota que seu animal sofrera, transformou-se numa tromba d’água arrastando Jandira e Ipojucam para as profundezas da cachoeira, que passou a se chamar "Amorosa"

Lenda da vitória-régia

A lenda[editar | editar código-fonte]

Há muitos anos, em uma tribo indígena, contava-se que a lua (Jaci, para os índios) era uma deusa que ao despontar a noite, beijava e enchia de luz os rostos das mais belas virgens índias da aldeia: as cunhantãs-moças. Sempre que ela se escondia atrás das montanhas, levava para si as moças de sua preferência e as transformava em estrelas no firmamento.[2]
Uma linda jovem virgem da tribo, a guerreira Naiá, vivia sonhando com este encontro e mal podia esperar pelo grande dia em que seria chamada por Jaci. Os anciãos da tribo alertavam Naiá: depois de seu encontro com a sedutora deusa, as moças perdiam seu sangue e sua carne, tornando-se luz - viravam as estrelas do céu. Mas quem a impediria? Naiá queria porque queria ser levada pela lua. À noite, perambulava pelas montanhas atrás dela, sem nunca alcançá-la. Todas as noites eram assim, e a jovem índia definhava, sonhando com o encontro, sem desistir. Não comia e nem bebia nada. Tão obcecada ficou que não havia pajé que lhe desse jeito.
Um dia, tendo parado para descansar à beira de um lago, viu em sua superfície a imagem da deusa amada: a lua refletida em suas águas. Cega pelo seu sonho, lançou-se ao fundo e se afogou. A lua, compadecida, quis recompensar o sacrifício da bela jovem índia, e resolveu transformá-la em uma estrela diferente de todas aquelas que brilham no céu. Transformou-a então numa "Estrela das Águas", única e perfeita, que é a planta vitória-régia. Assim, nasceu uma linda planta cujas flores perfumadas e brancas só abrem à noite, e ao nascer do sol ficam rosadas.

Luison


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Representação de um Luison.
Conhecido na região Amazônica, bem como no norte de Mato Grosso, e outros países, como o Peru e Bolívia. O Luison ou Lobizón (em espanhol) é uma criatura da mitologia guarani, detentora do poder sobre a morte.[1] Acredita-se que seja semelhante a um lobo sul americano ou a um macaco de olhos vermelhos, com barbatanas de peixe e um enorme falo (de anta). Seu nome é derivado do nome de outra criatura mitológica, o lobisomem.
Também conhecido pelos nomes de LuisitoJuicho e Luisõ, é descrito como o sétimo e último filho varão de Tau e Keraná, sobre quem caiu uma maldição transmitida por seus progenitores: nas noites de lua cheia de sexta-feira e/ou terça-feira, o indivíduo se transformava em uma criatura com metade das características de um cachorro muito grande e um homem (outras vezes, também, possuía as características de um porco). A origem do mito é incerta.

Irapuru

A lenda do Uirapuru é a lenda de um pássaro especial, pois dizem que ele é mágico, quem o encontra pode ter um desejo especial realizado.
Uirapuru é um símbolo de felicidade.
Diz a lenda que um jovem guerreiro apaixonou-se pela esposa do grande cacique(meme)
Por se tratar de um amor proibido não poderia se aproximar dela. Sendo assim, pediu ao deus Tupã que o transformasse em um pássaro. Tupã transformou o em um pássaro vermelho telha, com um lindo canto.
O cacique foi quem logo observou o canto maravilhoso daquele pássaro. Ficou tão fascinado que passou a perseguir o pássaro para aprisoná-lo e ter seu canto só para ele.
Na ânsia de capturar o pássaro, o cacique se perdeu na floresta.
Todas as noites o Uirapuru canta para a sua amada. Tem esperança que um dia ela descubra o seu canto e saiba que ele é o jovem guerreiro.

Boitatá

Em 1560 registrou o Padre José de Anchieta:
"Há também outros (fantasmas), máxime nas praias, que vivem a maior parte do tempo junto do mar e dos rios, e são chamados baetatá, que quer dizer cousa de fogo, o que é o mesmo como se se dissesse o que é todo de fogo. Não se vê outra cousa senão um facho cintilante correndo para ali; acomete rapidamente os índios e mata-os, como os curupiras; o que seja isto, ainda não se sabe com certeza." (in: Cartas, Informações, Framentos Históricos, etc. do Padre José de Anchieta, Rio de Janeiro, 1933[2])
No folclore brasileiro, o Boitatá é uma gigantesca cobra-de-fogo que protege os campos contra aqueles que o incendeiam. Vive nas águas e pode se transformar também numa tora em brasa, queimando aqueles que põem fogo nas matas e florestas.
A origem deste mito está ligada a um fenômeno chamado fogo-fátuo. A decomposição de matéria orgânica, seja de vegetação ou animais mortos, libera gases que inflamam-se espontaneamente em contato com ar. Correntes de ar causadas pela passagem de uma pessoa nas proximidades podem deslocar as chamas fazendo com que pareçam uma cobra de fogo que a persegue.
Na obra Lendas do Sul, de João Simões Lopes Neto, há um conto com esse nome que descreve bem a lenda. A ideia era de uma luz que se movimentava no espaço, daí "veio a imagem da marcha ondulada da serpente". Foi essa imagem que se consagrou na imaginação popular. Descreve-se o Boitatá como uma serpente com olhos como dois faróis, couro transparente, que cintila nas noites em que aparece deslizando nas campinas, nas beiras dos rios. Em Santa Catarina, a figura aparece como um touro de "pata como a dos gigantes e com um enorme olho bem no meio da testa, a brilhar que nem um tição de fogo".
No Rio Grande do Sul, narra-se a lenda de que houve um período de noite sem fim nas matas. Além da escuridão, houve uma enorme enchente causada por chuvas torrenciais. Assustados, os animais correram para um ponto mais elevado a fim de se protegerem. A boiguaçu, uma cobra que vivia numa gruta escura, acordou com a inundação e, faminta, decidiu sair em busca de alimento, com a vantagem de ser o único bicho acostumado a enxergar na escuridão. Decidiu comer a parte que mais lhe apetecia: os olhos dos animais. De tanto comê-los, foi ficando toda luminosa, cheia de luz de todos esses olhos. Seu corpo transformou-se em ajuntadas pupilas rutilantes, bola de chamas, clarão vivo, boitatá, cobra de fogo. Ao mesmo tempo a alimentação farta deixou a boiguaçu muito fraca. Ela morreu e reapareceu nas matas serpenteando luminosa. Quem encontra esse ser fantástico nas campinas pode ficar cego, morrer e até enlouquecer. Assim, para evitar o desastre, os homens acreditam que têm que ficar parados, sem respirar, e de olhos bem fechados. A tentativa de escapar da cobra apresenta riscos porque o ente pode imaginar fuga de alguém que ateou fogo nas matas. No Rio Grande do Sul, acredita-se que o "boitatá" é o protetor das matas e das campinas. A verdade é que a ideia de uma cobra luminosa, protetora de campinas e dos campos aparece freqüentemente na literatura, sobretudo nas narrativas do Rio Grande do Sul.
Ainda hoje, essa lenda folclórica impressiona adultos e crianças, sendo citada, inclusive, como personagem de destaque em várias obras contemporâneas como, por exemplo, “Quem tem medo do Boitatá?”[3], de Manuel Filho, lançada em 2007. Nesta história infanto-juvenil, o avô do protagonista, Sandrinho, é cego pelo próprio Boitatá. A serpente também é relembrada na história de José Santos, “O casamento do Boitatá com a Mula-sem-cabeça”[4], onde o autor descreve de forma lúdica a união de vários seres de nosso folclore. O mito, em sua versão sincrética, aparece ainda no livro "A lenda do Batatão" [5], de Marco Haurélio, escrito em sextilhas de cordel. O Batatão, embora conserve sua característica ígnea, se aproxima das almas penadas. Nas referidas obras, assim como em muitas outras, o ser fantástico é citado como “o Boitatá”, mas é possível encontrar citações como “a Boitatá” tal como ocorre na obra recente de Alexandra Pericão, "Uaná, um curumim entre muitas lendas" [6], em que a serpente, também comedora de olhos, é descrita de um jeito bem contemporâneo, com citações divertidas, como “Mas ninguém, até hoje, e isso é o mais espantoso de tudo, conseguiu colocar uma foto sua na internet. Apesar do tamanho gigante, a serpente é tão discreta, que só conseguem vê-la aqueles que ela mesmo captura”. Também João Simões Lopes Neto, em obra supramencionada, refere-se ao ser no feminino, valendo citar o trecho: “Foi assim e foi por isso que os homens, quando pela primeira vez viram a boiguaçu tão demudada, não a conheceram mais. Não conheceram e julgando que era outra, muito outra, chamam-na desde então, de boitatá, cobra do fogo, boitatá, a boitatá!”