Um cacique que não temia as cobras!
Quem trabalha na Umbanda sabe que existem as falanges e que cada falange possui o seu falangeiro (ou guia espiritual). Existem inúmeras falanges e inúmeras entidades em cada falange. Bom, porque estou relatando isso? Para esclarecer que essa história que vou contar refere-se especificamente a este Caboclo Cobra Coral desta seara. E outros caboclos, também “Cobras Corais” terão suas histórias e seus relatos.
Esse Caboclo Cobra Coral, nasceu de mãe morta... Vou explicar: sua mãe estava no nono mês de gravidez e andava pelas proximidades da tribo quando foi picada por um casal de cobras corais. Ela morreu ali mesmo, mas conseguiu parir e o choro da criança se fez ouvir por toda a tribo... Acudiram e encontraram um menino esperto segurando uma cobra coral pequena nas mãos. Recebeu então seu nome de batismo e cresceu brincando com cobras e animais peçonhentos, sem temê-los.
O caboclo tornou-se um grande guerreiro e um grande líder para sua tribo, mas era temido por todos os demais, pois acreditavam que seu sangue possuía veneno de cobra e que podia infectar flechas e, assim, matar seus oponentes. Ele viveu muitos anos e reinou com sabedoria sobre sua tribo. Morreu idoso de causas naturais, cercado pelo respeito da tribo. Após sua morte tornou-se um falangeiro do Reino de Aruanda, servindo a Umbanda com amor e orgulho.
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