quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Rosalinda


Uma baiana que não era baiana.

Povo Baiano agrupa os trabalhadores espirituais que viveram no Nordeste Brasileiro, pois os estados nordestinos pertenciam à Bahia no começo da Colonização do Brasil. Por isso, a baiana Rosalinda não nasceu na Bahia. Ela nasceu no sertão nordestino, no estado de Sergipe, numa Vila entre o estado da Bahia e de Alagoas. Essa região hoje se chama: Canindé de São Francisco. Desde que nasceu, com as bochechas bem rosadas, sua mãe lhe chamou de Rosa e seu pai de Linda, por isso recebeu o nome de Rosalinda. Mas, todos costumavam chamá-la de Rosinha. Ela nasceu no ano de 1889, um pouco antes da Proclamação da República e quando Sergipe, enfim, tornou-se um estado brasileiro. Seu pai era um mameluco que trabalhava como vaqueiro nas margens do Rio São Francisco e sua mãe era uma filha de escravos que trabalhava como bordadeira. Viviam da pesca, do gado, do artesanato e se alimentavam de plantas nativas da caatinga.
Rosalinda foi uma moça esperta e alegre que sempre auxiliou sua mãe nos trabalhos domésticos. Também gostava de ajudar seu pai na lida com o gado. Amava a vida que levava: tranquila, a beira do Rio São Francisco e cheia de riquezas naturais. Um dia, alguns cangaceiros cruzaram suas terras e se encantaram com a beleza da moça. Um dos rapazes a convidou para seguir com ele no bando, mas ela recusou. Rosinha não queria se apartar de seus pais e não queria deixar a vida que levava. O Chefe do bando não mexia com moças virgens, respeitava, pois tinha uma filha da mesma idade. Mas, o rapaz, não suportou ser rejeitado e começou a ameaçar a moça. Vendo que seus familiares corriam perigo, pediu aos pais para seguir com o bando, alegando estar apaixonada pelo moço. O pai de Rosalinda, no começo recusou e falou que isso não era vida para uma moça. A mãe chorava muito... Por fim, aceitaram, desde que ela nunca saísse do acampamento dos cangaceiros e que não se juntasse a eles nas contendas. Rosinha concordou, despediu-se dos pais e seguiu com o bando. Seguia cheia de tristeza em seu coração. Sonhava se casar por amor. Jamais pensou em ser forçada a se casar, pois seus pais eram muito bons para ela. Ela correu com o bando por várias localidades e sempre se manteve no acampamento. O rapaz fazia de tudo para agradá-la, porém ela não esquecia a família. Após de um ano viajando Rosalinda estava prestes a dar a luz. Na beira de uma estrada nasceu um menino e ela não resistiu ao parto. Morreu de dor, de tristeza e de hemorragia. O menino cresceu com o pai e se tornou um dos cangaceiros mais respeitados da região, lutando pela justiça dos menos favorecidos. Depois dele vieram outros, como Lampião, que se tornou o Cangaceiro mais famoso da história do Brasil.
Por algum tempo o espírito de Rosalinda vagou, ligado ao menino que nasceu e buscando a família... Mas, depois foi recolhido ao Reino de Aruanda. Ela se tornou mais uma trabalhadora na Falange das Baianas. Trabalha na Linha das Águas, distribuindo amor e alegria a todos a quem atende.
No seguinte endereço: http://www.memoriaviva.com.br/ocruzeiro/06061959/060659_2.htm é possível ler a história completa e verdadeira de "Lampião e Maria Bonita".

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