sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

CABOCLO TIBIRIÇÁ

Tibiriçá foi o primeiro índio a ser catequizado pelo padre José de Anchieta. Foi convertido e batizado pelos jesuítas José de Anchieta e Leonardo Nunes. Seu nome de batismo cristão foi Martim Affonso, em homenagem ao fundador de São Vicente. Sua data de nascimento é calculada em 1440. Seus restos mortais encontram-se na cripta da Catedral da Sé, na cidade de São Paulo. “Maioral” ou “Vigilância da Terra”, na língua Tupi, Cacique guaianás ou tupi, sendo divergentes nesse ponto as opiniões dos historiadores. Chefe de uma parte da nação indígena estabelecida nos campos de Piratininga, com sede na aldeia de Inhampuambuçu. Irmão de Piquerobi e de Caiubi, índios que salientaram durante a colonização do Brasil, o primeiro como inimigo e o segundo como grande colaborador dos jesuítas. Teve muitos filhos. Com a índia Potira , teve Ítalo, Ará, Pirijá, Aratá, Toruí e Bartira.
A índia Bartira, viria a ser mulher de João Ramalho, de quem era grande amigo e a pedido do qual defendeu os portugueses quando chegaram a São Vicente. Em 1554, acompanhou Manuel da Nóbrega e Anchieta na obra da fundação de São Paulo, e estabeleceu-se no  local onde hoje se encontra o mosteiro de São Bento, espalhando seus índios pelas imediações. A atual rua de São Bento era por esse motivo chamada primitivamente Martim Affonso (nome que fora batizado o cacique). Graças à sua influência, os jesuítas puderam agrupar as primeiras cabanas de neófitos nas proximidades do colégio. Tibiriça deu aos jesuítas a maior prova de fidelidade, a 9 de Julho de 1562 ( e não 10 como habitualmente se escreve), quando, levantando a bandeira e uma espada de pau pintada e enfeitada de diversas cores, repeliu com bravura o ataque à vila de São Paulo, efetuado pelos índios tupi, guaianás e carijós, chefiados por seu sobrinho (filho de Piquerobi)  agoanharo. Em 1580, Susana Dias, sua neta, fundou uma fazenda à beira do Rio Tietê, a oeste da cidade de São Paulo, próximo à cachoeira denominada pelos indígenas de “Parnaíba”: hoje, é a cidade de Santana do Parnaíba.
Na Umbanda a falange do Caboclo Tibiriçá não é muito difundida, pois os espíritos desta linha são grandes guerreiros que não se prendem a trabalhos em terreiros, são grandes desbravadores e detentores da Lei Sagrada, sua falange é uma ligação entre Oxalá e Ogum, acompanham muito o Senhor Ogum Matinata.

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