sexta-feira, 23 de março de 2018

Sepé Tiaraju

Um verdadeiro Caboclo de Oxóssi!

Hoje, em homenagem ao Dia de São Sebastião, compartilhamos nesse blog a história de "São Sepé" ou Sepé Tiaraju, um índio tupi-guarani, que viveu em um Aldeamento Cristão, chamado Sete Povos das Missões e foi batizado com o nome de Joseph, após ficar órfão. Ele era inteligente, bom combatente e execelente estrategista. Falava perfeitamente seu idioma e os idiomas dos brancos.
Os jesuítas e os índios viviam em paz e harmonia na região, trabalhando juntos pelo progresso da terra. Espanhóis e portugueses lutavam para dominar o território gaúcho, que já possuía sua própria cultura e história. Através de tratados, espanhóis e portugueses trocaram os Sete Povos das Missões pela Colônia Sacramento, obrigando 50 mil índios cristãos e todos os jesuítas a abandonarem suas cidades, igrejas, lavouras e fazendas, onde criavam gado, equinos e outros animais. Eles foram obrigados a deixar para trás, inclusive, os túmulos de seus ancestrais. Os conquistadores tinham interesse na riqueza acumulada pelos nativos.
Na época em que Portugal dominou o território rio-grandense, já havia nele uma população e uma cultura nativa da terra, denominada cultura gaúcha, principalmente na região da Campanha, onde hoje se encontra a fronteira com o Uruguai. Tal população sofria com as guerras pelo território entre Portugal e Espanha, para as quais eram, muitas vezes, recrutados à força.
Sepé Tiaraju pereceu em combate no dia 7 de fevereiro de 1756, contra o Exército Espanhol, na batalha de Caiboaté, às margens do córrego Sanga da Bica, na entrada da cidade de São Gabriel. Após sua morte 1500 índios guaranis foram massacrados e em poucos meses o sonho missionário acabou. Por sua bravura foi considerado um santo popular e venerado pelos povos nativos e descendentes. Muitos escritores famosos lembraram de seus feitos em seus escritos, como Érico Veríssimo (no romance O Tempo e o Vento) e Basílio da Gama (no poema O Uruguay).
No dia 21 de setembro de 2009, foi publicada a Lei Federal 12.032/09, que traz em seu artigo 1º o texto "Em comemoração aos 250 (duzentos e cinquenta) anos da morte de Sepé Tiaraju, será inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, que se encontra no Panteão da Liberdade e da Democracia, o nome de José Tiaraju, o Sepé Tiaraju, herói guarani missioneiro rio-grandense." Leia a história completa em http://vocacionadosdedeusemaria.blogspot.com.br/2011/04/sao-sepe-o-martir-dos-povos-indigenas.html.
Hoje, no Rio Grande do Sul, em sua homenagem, existem estátuas e uma cidade que recebeu seu nome (http://www.saosepe.rs.gov.br/). As curiosidades sobre seu povo podem ser lidas em http://www.informativoonline.com.br/ir/?pg=coluna&id=160. Sepé Tiaraju costumava dizer na língua tupi-guarani: "CO IVI OGUERECO IARA!" (Esta terra tem dono!) 
Aqui terminamos fazendo uma ressalva: vemos o Rio Grande do Sul sofrer com secas e falta de água, assim como o Nordeste. Quais eram as duas regiões mais próperas do país na época da Colonização? E hoje são regiões onde o solo paga seu preço. Quando falam que o sul do país tentou se tornar um país independente, renegando ser brasileiro, não foi por conta do Brasil essa luta, mas por conta da Guerra Estrangeira. Após a morte de tantos índios (que a história quase esqueceu), o sonho missioneiro acabou, mas o povo gaúcho canonizou por conta própria Sepé. Sabemos que a Igreja Católica não canoniza índios nativos. Mas, a Umbanda possui essa missão de fazer lembrar os índios e negros que construíram essa terra. 

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